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Olá, solidão.
Há quanto tempo, não?
Há quanto tempo não me consome.
Me incorpora e me leva embora.
Me faz seu mundo e criação.
Me carrega pro alto e depois pro chão.
Não estou mais no escuro.
Não estou mais contigo.
É solidão, não batas minha porta.
É simples. Não irei atender.
Já fui teu demais.
Fui seu menino e rapaz
E fazia o que bem entendia de mim.
Por alguns momentos te afastei
Pensei achar alguém capaz de me tirar você.
Mas você sempre voltava
E não era problema delas
Cada uma de seu jeito
Que eu amei de formas diferentes
Em um tempo em que eu era um não-ser.
A culpa nunca foi delas
Porém, elas não sabiam.
Era eu e você, solidão.
Que gostávamos de dançar à noite.
E brindar um drink feito com lágrimas de dor.
Só de lembrar o gosto sinto terror.
Mas você perdeu, querida solidão.
Perdeu e tenta se vingar.
Às vezes vem me atacar
Dizendo que ao seu lado
É que se encontra meu lugar.
Não, flor do deserto.
Não é contigo que quero estar.
Ela me achou.
Me buscou das sombras lá.
Me amou com não poderia imaginar
E hoje me cobre de tudo que preciso.
Não tem motivos para continuar a insistir.
Não sou seu, mesmo que às vezes sinta isso.
Não quero mais ser seu, cansei daquilo.
Dos olhos cheios, do coração apertado.
Um amor único e poderoso te venceu solidão.
E não há nada que você possa fazer para mudar.
Oh, meu amor.
Você levou a solidão embora.
O que eu vivo no agora
É paixão e um torpor
Que espero que nunca acabe.
E você, solidão.
Me mande um cartão postal.
Lembranças e um final.
Agora voltei a ter um coração.
Que bate... intenso.
Com desejo imenso.
De apenas ser feliz.