5 de maio de 2011

Ode à Solidão e todos seus males


Olá, solidão.

Há quanto tempo, não?

Há quanto tempo não me consome.

Me incorpora e me leva embora.

Me faz seu mundo e criação.

Me carrega pro alto e depois pro chão.

Não estou mais no escuro.

Não estou mais contigo.


É solidão, não batas minha porta.

É simples. Não irei atender.

Já fui teu demais.

Fui seu menino e rapaz

E fazia o que bem entendia de mim.


Por alguns momentos te afastei

Pensei achar alguém capaz de me tirar você.

Mas você sempre voltava

E não era problema delas

Cada uma de seu jeito

Que eu amei de formas diferentes

Em um tempo em que eu era um não-ser.


A culpa nunca foi delas

Porém, elas não sabiam.

Era eu e você, solidão.

Que gostávamos de dançar à noite.

E brindar um drink feito com lágrimas de dor.

Só de lembrar o gosto sinto terror.


Mas você perdeu, querida solidão.

Perdeu e tenta se vingar.

Às vezes vem me atacar

Dizendo que ao seu lado

É que se encontra meu lugar.


Não, flor do deserto.

Não é contigo que quero estar.

Ela me achou.

Me buscou das sombras lá.

Me amou com não poderia imaginar

E hoje me cobre de tudo que preciso.


Não tem motivos para continuar a insistir.

Não sou seu, mesmo que às vezes sinta isso.

Não quero mais ser seu, cansei daquilo.

Dos olhos cheios, do coração apertado.


Um amor único e poderoso te venceu solidão.

E não há nada que você possa fazer para mudar.


Oh, meu amor.

Você levou a solidão embora.

O que eu vivo no agora

É paixão e um torpor

Que espero que nunca acabe.


E você, solidão.

Me mande um cartão postal.

Lembranças e um final.

Agora voltei a ter um coração.


Que bate... intenso.

Com desejo imenso.

De apenas ser feliz.