13 de janeiro de 2011

O som da chuva não me deixa dormir

A chuva molha os olhos dos que não vêem
Cai a todo instante. Desmorona e vai além.
A chuva molha tudo que eles tem
Cai a todo instante. Desmorona e vai além.

O céu chora enquanto pode
E as lágrimas vão abaixo
O céu chora e não se contém
Vê os corpos afogados no forte riacho

Chove e chora. Chove e mata.
Não sabe o seu poder.
Age como criança que brinca.
Chora e chove. Chora de fome.

Fome poder bondade que não se vê
Fome por causa de tanta dor.
Fome de cansaço alimetando por carne
Isenta de qualquer amor

Bate e pára. Provoca e grita.
Corre rio de lágrimas
Corre rio divino.

O choro do monstro sagrado
Se mistura com o choro nosso
Criando um maremoto de angústias
Espremido com tanto remorso.

Não quero sair de casa
Estou com medo de trovão.
Minha casa foi destruída
Está espalhada pelo chão.
Olha a chuva vindo
No meio das nuvens o avião.
Acabou a luz
Onde está a salvação?

Deixa o copo cair
Não tem mais sentido
Viver é apenas um detalhe.
Eu só quero dormir em paz
Mas a chuva não me deixa
Uma correnteza de dor me invade.

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