1 de março de 2011

Letras & Cinzas




Virei meu rosto
Como se a luz tivesse
Machucando meus olhos.
Li pela última vez
Aquelas lindas palavras
Porém, admito...
Que sequer prestei atenção.

Fiz por respeito.
Alguma forma de amor oculta.
Fechei aquilo tudo
E fui embora.

Vi as palavras mais importantes
Montei um quebra-cabeça sem sentido
Expressões misturadas sem nexo
Frases amontoadas confusas.
O sentido não era mais tão importate.
Fechei aquilo tudo
E fui embora.

A letra era suave.
Uma caligrafia que me agradava.
Palavras de esperança.
Palavras hoje que não significam nada.
Palavras vazias.
Perdidas. Perdidas. Perdidas.
E quando foram achadas
Fechei aquilo tudo
E fui embora.

Melhor assim. Melhor ignorar.
Melhor deixar queimar.
Deixar o destino consumir
Aquilo que existiu e não existe mais.

Letras que formavam palavras.
Palavras que formavam frases.
Frases que formavam ações.
Ações abandonadas ao esmo.
Esmo formado por dor.
Dor que virou compreensão.
Compreensão que se tornou pensamento.
Pensamento que pensa em não pensar.
Pensamento que é questionamento.
Questão é não pensar em questionar.

Não chorei. Não sorri.
Apenas abaixei a cabeça;
Fechei aquilo tudo e fui embora
Enquanto letras viravam cinzas
E o sentimento virava alma.
Viva. E morta ao mesmo tempo.

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