I - Colher de samba
Não me venha com histórias
De deixa disso
Pára com isso
É isso e aquilo
Caiu no abismo
E não sabe como voltar
Não me venha contar seus achismos
Seus 'esquisitismos'
E de tão medíocres
Que me levantei pra vomitar
Você sabe que eu não me importo
Faz pra provocar
E eu curto a noite inteira
Não paro de sambar
Não me venha com histórias
De deixa disso
Pára com isso
É isso e aquilo
Caiu no abismo
E não sabe como voltar
Você escorregou e lhe dei a mão
Agora eu já saí
Corri pra rua dos amigos
E daqui não vou fugir
Brincadeira e provocações
São boas para crianças
E se queres entrar na dança
O primeiro passo é sorrir
Não me venha com histórias
De deixa disso
Pára com isso
É isso e aquilo
Caiu no abismo
E não sabe como voltar
Se não sabe como voltar
Eu posso até dizer
Mas pela ajuda vai pagar
O preço não sei dizer.
II - Faz história
Vai lá e depois me conta
Fica tranquilo, se apronta
A noite vai começar.
Esquece do teu passado
Que já está intercalado
Com um lugar de não voltar.
Beija-me como sempre
Com aquele gosto de nunca...
...vamos nos separar
Estava pensando aqui
Estava tentando pensar
Estava querendo passar
Um jeito de ter que pensar
Não importa se teremos artigos
Escreveremos livros
Seremos reconhecidos quando passar
A questão é fazer história
Marcar uma vitória
No coração daqueles que amar.
E é isso que importa.
O livro da vida é escrito cada dia.
Não deixe a página rasgar.
III - Ignora!
Ignora o que te machuca, menino.
Isso vai passar. (Eu sei que vai)
Ignora a tua história, menino.
O futuro já vai chegar. (E já chegou, menino)
Deita na sua cama.
Faça sua oração.
Deita na sua cama.
Reze com coração.
Deita na sua cama.
Na calma, na alma, no universo.
Esquece.
Você não fez nada errado.
Você não foi criado
Pra chorar em noite de luar.
Dorme agora.
Acorda cedo pra depois brincar.
Fica no sossego que tudo passa.
Na certeza que vai melhorar.
Sempre melhora.
Nenhuma tempestade dura pra sempre.
O sol volta a brilhar.
Dorme agora.
Pra depois brincar.
Ignora o monstro do armário.
Banque o herói.
Ignore aquilo que dói.
Faça da sua vida
O que desejar.
IV - Sorria...
Vem, querida.
Sorria.
Não tem motivo pra ficar
Assim. Assim. Sim sim.
Acalma-te que já passou.
O vento.
O vento do terror.
É vida nova.
Acabou.
Pode abrir a porta.
O que está do outro lado
É melhor.
Se deu errado
É porque depois
Vai dar certo.
Se levou seu amor
É porque vai trazer
Um melhor.
E se não vier,
Pode me cobrar.
V - O primeiro beijo.
Ele estava nervoso. Ela estava de listrado rosa e amarelo. Era mais uma cena cotidiana assistidas pelas câmeras de um shopping em uma tarde qualquer. Conversando sentados como se fossem apenas amigos. E o olhar do menino mostrava a ansiedade. O medo. A insegurança. Tudo aquilo que fora construído em sua carcaça tempestuosa ao longo do tempo. Passou. Deu certo. O menino mudou. Cresceu. Virou homem. Acho que até tem barba. Era bobo, não dizia "eu te amo". Agora diz. Convicto. Categórico. Amando. E como ama. E não quer parar de amar. E daquele 22 de fevereiro não esquecerá. Nunca conseguirá. Sabe como é importante aquela data. Reconhece que nenhuma grande jornada é dada sem se dar o primeiro passo. E aquele passo foi essencial. Faz parte. É parte dele. E sempre fará. No presente, no passado e naquilo que ele temia, mas como ela não teme mais. O futuro. Oh, futuro. Estou a chegar a ti. Só que agora acompanhado. Será capaz de me levar?
...
Momentos diferentes, ao longo dos números antes dos textos, mas um fundo (pelo menos um) comum a todos. Tempo.
ResponderExcluirE evolução, acredito.
É muito bom esse movimento, pra algo melhor e mais 'no futuro', tão temido, geralmente.
Simplesmente viver.
Ficou lindo :*